Governo federal vai contratar estudo alemão para evitar novas enxurradas e alagamentos no Rio Grande do Sul

O governo federal pretende contratar um estudo para obras de infraestrutura e medidas ambientais visando melhorar o escoamento das águas das chuvas nos rios que deságuam no Guaíba e conter o acúmulo de águas na região Metropolitana de Porto Alegre. A informação foi divulgada, para a jornalista Ana Flor, pelo ministro dos Transportes, Renan Filho.

Segundo o ministro, a decisão inclui a contratação da mesma agência de desenvolvimento alemã que, nas décadas de 1960 e 1970, foi responsável pela criação do sistema de diques de contenção de água ao redor da capital gaúcha.

O estudo encomendado abordará três eixos: contenção da água nas serras e vales, como os rios Taquari e Antas; aumento da vazão do Guaíba e da Lagoa dos Patos em direção ao mar; e reforço do sistema de diques de Porto Alegre e melhoria na rotina de manutenção.

Uma das opções a serem estudadas na segunda parte do projeto é a criação de um canal entre a Lagoa dos Patos e o mar, segundo Renan Filho.

Na primeira fase do estudo, serão investigadas e propostas medidas como a criação de barreiras, a reconstrução da vegetação nas margens dos cursos d’água e até a relocação de populações que vivem próximas aos rios.

Na segunda fase, o foco será aumentar a vazão do Guaíba e da Lagoa dos Patos para auxiliar no escoamento da água que atualmente inunda Porto Alegre e arredores, com o canal como uma possibilidade a ser considerada.

Por fim, a avaliação do sistema de diques de proteção da Capital, que compõe a terceira parte do estudo, será crucial para identificar as atualizações necessárias frente aos novos desafios climáticos e para definir a manutenção do sistema.

Cidades provisórias

O Rio Grande do Sul poderá ter, em breve, quatro “cidades provisórias” para acolher vítimas das enchentes que atingem o Estado desde o final de abril. A informação é do vice-governador Gabriel Souza, que mencionou um estudo em andamento para instalar agrupamentos em partes de Porto Alegre, Canoas, Guaíba e São Leopoldo, que concentram os maiores contingentes de desabrigados pela catástrofe.

“Estamos à procura de locais para instalação emergencial de estruturas provisórias, com um mínimo de dignidade”, declarou em entrevista à Rádio Gaúcha nessa quinta-feira (16), sem detalhar prazos. Caso se concretize, a medida teria vigência durante o período em que as vítimas da tragédia ainda não tenham condições de voltar para casa ou encontrar uma nova residência.

Ainda segundo ele, em pelo menos três municípios já foram identificados áreas com potencial aproveitamento para tal finalidade. O plano prevê espaços para crianças e animais de estimação, lavanderia coletiva, cozinha comunitária, dormitórios e banheiros, além de segurança e demais serviços em parceria com as respectivas prefeituras e outras instituições.

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