A dor que não se vê: Como os surtos emocionais devastam sua saúde

O estresse constante, a pressão por resultados e as preocupações do dia a dia podem nos levar a um estado de desequilíbrio, abrindo caminho para os surtos emocionais. Mas o que muitos desconhecem é que essas explosões de sentimentos, aparentemente inofensivas, podem ter consequências sérias para a saúde física.
Quando nos deparamos com uma situação estressante, nosso corpo ativa o sistema nervoso simpático, liberando hormônios como adrenalina e cortisol. Essa resposta fisiológica, conhecida como “luta ou fuga”, é essencial para nos preparar para enfrentar o perigo. No entanto, quando os surtos emocionais se tornam frequentes, essa resposta de estresse é acionada repetidamente, levando a um estado crônico de alerta que sobrecarrega o organismo.
Imagine seu corpo como um carro de corrida: ele foi projetado para atingir altas velocidades, mas não para permanecer em alta rotação o tempo todo. Da mesma forma, nosso organismo não está preparado para lidar com níveis elevados de estresse de forma contínua. As consequências dessa sobrecarga podem se manifestar de diversas formas:
• Doenças cardiovasculares: o excesso de cortisol e adrenalina, liberados durante os surtos, danifica as artérias e aumenta a frequência cardíaca, elevando a pressão arterial e aumentando o risco de doenças cardíacas, como hipertensão arterial, infarto e AVC (Steptoe & Kivimäki, 2012).
• Problemas gastrointestinais: o intestino, conhecido como “segundo cérebro”, sofre grande influência do estado mental. Surtos emocionais frequentes podem desencadear sintomas como dores de estômago, diarreia, constipação e até mesmo síndrome do intestino irritável (Konturek, Brzozowski, & Konturek, 2011).
• Sistema imunológico enfraquecido: o estresse crônico proveniente de surtos emocionais constantes inibe a produção de células de defesa do organismo, tornando-nos mais suscetíveis a infecções e doenças (Glaser & Kiecolt-Glaser, 2005).
• Distúrbios do sono: a ansiedade e a preocupação excessiva, características comuns em quem sofre com surtos, podem levar à insônia, comprometendo a qualidade do sono e afetando a saúde física e mental (Riemann et al., 2010).
• Dores crônicas: o estresse emocional pode se manifestar fisicamente na forma de dores musculares, dores de cabeça e enxaquecas (Gatchel et al., 2007).
• Problemas de pele: condições como acne, eczema e psoríase podem ser agravadas pelo estresse constante gerado pelos surtos emocionais (Chen & Lyga, 2014).
É importante destacar que o impacto dos surtos emocionais varia de pessoa para pessoa. Fatores como histórico familiar, predisposição genética e estilo de vida também influenciam na forma como o corpo reage ao estresse. No entanto, é fundamental estar atento aos sinais que o corpo envia e buscar ajuda profissional caso os sintomas persistam.
Cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde física. Aprender a gerenciar as emoções, adotar hábitos saudáveis e buscar apoio psicológico quando necessário são medidas essenciais para evitar que os surtos emocionais afetem negativamente o corpo. Lembre-se: corpo e mente estão interligados, e o bem-estar de um depende do equilíbrio do outro.
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