Prefeito de Torres tem celular apreendido em operação da PF que apura suspeita de desvios na Saúde


Carlos Souza (PP) é um dos alvos de operação. Investigação teve início a partir de indícios de supostas irregularidades durante adesão a ata de registro de preços de outra prefeitura. Polícia Federal cumpre ordens judiciais em Torres
Divulgação/Polícia Federal
O prefeito de Torres, Carlos Souza (PP), é um dos alvos de uma operação da Polícia Federal (PF) realizada nesta quarta-feira (4). A ofensiva apura suspeita de desvio de recursos públicos destinados para a Saúde no município e possíveis irregularidades em licitações. (Saiba mais abaixo)
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Conforme a PF, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Torres, Xangri-lá, Arroio do Sal, Porto Alegre, São Leopoldo e Balneário Camboriú (SC). Uma das ordens judiciais foi executada na residência do prefeito, que teve o celular apreendido.
O prefeito Carlos Souza afirmou que “mantém os compromissos na sede da Prefeitura Municipal”. “Estamos empenhados em contribuir e esclarecer o ocorrido com a maior brevidade possível”, diz. (Leia, abaixo, a manifestação)
A secretária municipal de Saúde, Suzana Machado, também foi alvo das buscas, confirmou a Prefeitura. Os demais alvos da operação não tiveram os nomes divulgados.
Por determinação judicial, foram bloqueados cerca de R$ 760 mil em contas bancárias e aplicações financeiras. Veículos com valores superiores a R$ 100 mil foram apreendidos.
Todos os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por conta da prerrogativa de função do prefeito.
A investigação
Segundo a PF, a investigação teve início a partir de indícios de supostas irregularidades que foram constatadas durante adesão, pela Prefeitura de Torres, a uma ata de registro de preços de outra prefeitura. O procedimento resultou na contratação de uma mesma empresa relacionada a serviços médicos pelos dois municípios.
“A própria adesão teria se dado de forma inadequada. E a prorrogação desse contrato também teria irregularidades. Por isso, a questão envolvendo a figura do prefeito municipal”, explicou o delegado da Polícia Federal Eduardo Dalmolin Bollis.
Bollis acrescenta que a investigação teria identificado ainda sobrepreço dos serviços contratados e fragilidade na fiscalização.
Segundo a apuração, após o encerramento do primeiro contrato, a principal empresa investigada foi novamente contratada por dispensa de licitação. Outras empresas, que apresentaram preços mais baixos, desistiram da disputa, afirmando não reunirem condições para prestar os serviços.
Prefeito de Torres é alvo de operação da Polícia Federal
Divulgação/Polícia Federal
Nota da Prefeitura de Torres
A Prefeitura de Torres esclarece sobre a operação da Polícia Federal ocorrida na manhã de hoje, 4 de dezembro, durante a qual foram realizadas buscas e apreensões relacionadas à adesão de uma ata de contrato da área da saúde da Prefeitura de Cidreira, datada de 2017, referente à prestação de serviços médicos. A Prefeitura informa ainda que o contrato em questão não está mais vigente, tendo sido encerrado em meados de 2022.
O Prefeito Carlos Souza, a Secretária de Saúde, Suzana Machado, e alguns servidores da pasta foram alvos de busca e apreensão de bens.
Segundo informações, o processo foi iniciado pelo Ministério Público local, que transferiu a competência para a esfera federal em razão do uso de recursos federais.
O Prefeito Carlos mantém os compromissos na sede da Prefeitura Municipal, juntamente com os secretários, e afirma: “As informações que foram divulgadas pela imprensa na manhã de hoje são as mesmas às quais tivemos acesso até o momento. Estamos empenhados em contribuir e esclarecer o ocorrido com a maior brevidade possível”.
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