Polícia Federal avisou comando do Exército sobre ação contra Braga Netto na sexta

A Polícia Federal avisou o Comando do Exército, na noite de sexta-feira, de que iria realizar uma operação na manhã de sábado contra um alto oficial da reserva da caserna. Os investigadores não revelaram a identidade do alvo aos
militares, apenas informaram que iriam cumprir mandados de busca e, talvez, de prisão assinados por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Um ponto de encontro foi marcado para que os militares do Exército acompanhassem os investigadores da PF no cumprimento dos mandados. Apenas nesse momento, já a caminho do endereço de Braga Netto foi que os
militares souberam que ele era o alvo. O general da reserva foi preso no Rio de Janeiro, por obstrução de justiça, e
ficará instalado no Comando Militar do Leste.

O relatório da Polícia Federal que fundamenta a prisão de Walter Braga Netto por obstrução de justiça revela o conteúdo de um depoimento de Mauro Cid em que em que ele diz ter ouvido do general que o dinheiro para financiar um ataque a Alexandre de Moraes, a operação “Copa 2022”, foi dado a ele em uma sacola de vinho pelo general.

Segundo Mauro Cid, Braga Netto teria revelado que os recursos para financiar a ação criminosa teriam sido providos pelo “pessoal do agronegócio”. Cid revela que o dinheiro foi entregue numa reunião “no Palácio do Planalto ou da Alvorada”. “O general Braga Netto entregou o dinheiro que havia sido solicitado para a operação. O dinheiro foi entregue numa sacola de vinho. O general Braga Netto afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto
ao pessoal do agronegócio”, disse Cid.

As revelações do delator ocorreram em um depoimento em que Cid mudou informações que havia prestado sobre Braga Netto e a trama golpista. A postura do delator, diz a PF foi motivada por conversas de Braga Netto com os pais dele, o que resultou na aparente blindagem do general nos depoimentos. O general foi preso nesse sábado (14) no Rio de Janeiro.

“Sob outro aspecto, a mudança substancial nos relatos do colaborador em relação a participação do general  Braga Netto nos fatos investigados, notadamente a omissão quanto a atuação do indiciado como principal elo de financiamento do evento “copa 2022″, indica que as ações de obstrução surtiram o efeito pretendido pela organização criminosa, na medida em que retardaram a identificação de fatos relevantes ao contexto investigativo”, diz a PF.

“Assim, todos os elementos de prova identificados pela investigação demonstram a atuação efetiva do indiciado Braga Netto na coordenação das ações clandestinas que visavam prender/executar o ministro Alexandre de Moraes e nas ações contra os candidatos eleitos na eleição de 2022″, segue a PF. As informações são da coluna Radar, da Revista Veja.

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