Braga Netto tem explicações a dar, diz general ex-bolsonarista

O general Paulo Chagas, candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro ao governo do Distrito Federal em 2018, afirmou neste sábado (14) que o general Braga Netto, preso mais cedo pela Polícia Federal (PF), tem explicações a dar à Justiça. A PF apontou que Braga Netto foi uma figura central na suposta tentativa de golpe de Estado no País em 2022.

“O Braga Netto tem explicações a dar. Tem que torcer para que ele tenha uma explicação plausível, que seja aceita pela Justiça. É triste ver isso. Vemos no noticiário que deixou de ser uma tentativa de golpe militar para ser uma tentativa de golpe de militares, incluindo o Braga Netto. As Forças Armadas, como instituição, não se meteram”, disse Chagas à Coluna do Estadão.

Chagas se formou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 1971, sete anos antes de Braga Netto. Conheceu o colega na carreira militar. Em 2018, Paulo Chagas apoiou Bolsonaro e foi seu candidato ao governo do Distrito Federal. Durante o governo Bolsonaro, contudo, rompeu com o então presidente. Chagas disputou, sem sucesso, a Câmara dos Deputados em 2022 pelo Podemos, partido de Sergio Moro à época.

Ex-vice na chapa de Bolsonaro em 2022, ex-ministro e ex-integrante da cúpula do Exército, o general Braga Netto foi preso pela PF na manhã desse sábado (14), no Rio de Janeiro. A PF também cumpre mandados, autorizados pelo Supremo Tribunal Federal, em Brasília, contra outras pessoas suspeitas de dificultarem a produção de provas durante o processo.

A Polícia Federal indiciou Braga Netto, Bolsonaro e outros 38 no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. O indiciamento foi baseado na Operação Contragolpe, cujo relatório da PF cita Braga Netto 98 vezes. A defesa de Braga Netto nega irregularidades.

Não atrapalhou

A defesa do general da reserva Walter Braga Netto afirmou nesse sábado, que vai comprovar que ele não atuou para atrapalhar as investigações da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. O militar foi preso preventivamente por obstrução de Justiça.

“Registra-se que a defesa se manifestará nos autos após ter plena ciência dos fatos que ensejaram a decisão proferida. Entretanto, com a crença na observância do devido processo legal, teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução as investigações”, diz a nota assinada pelos advogados Luís Henrique César Prata, Gabriella Leonel Venâncio e Francisco Eslei de Lima. (Estadão Conteúdo)

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