Cesta de Natal pesa no bolso: alta nos alimentos dobra a inflação e desafia consumidores

A ceia de Natal deste ano está mais salgada, literalmente. Um levantamento da Fecomércio-SP, com base nos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), aponta que os preços de 29 alimentos típicos do período natalino cresceram, em média, 9,54% no último ano. O aumento é o dobro da inflação geral registrada no mesmo intervalo, de 4,77%.

Na Região Metropolitana de São Paulo, o cenário é ainda mais crítico: os custos subiram 12,07%, reforçando o impacto no orçamento das famílias. Segundo Guilherme Dietze, economista da Fecomércio-SP e responsável pelo estudo, a alta do dólar — que se estabilizou em torno de R$ 6 — foi um dos principais motores desse aumento. Fatores climáticos como a seca e desarranjos setoriais, incluindo a quebra de safra de produtos importantes como o azeite, prejudicado pela baixa produção de oliveiras na Europa, também geraram impacto.

Os vilões da ceia

Entre os alimentos que mais pesaram no bolso do consumidor, a batata liderou com uma alta de 30,82%, seguida pelo azeite de oliva (28,58%), leite longa vida (21,78%), arroz (19,58%), frutas (15,54%) e carnes (11,44%). Este último, em especial, traz preocupação pela sua relevância no orçamento das famílias brasileiras. Mesmo sem registrar a maior variação percentual, o aumento expressivo no preço da carne tem levado consumidores a reduzir a quantidade consumida.

Vale ressaltar que a carne é um dos itens mais simbólicos da ceia de Natal. Quando seu preço aumenta em dois dígitos, isso reflete diretamente na mesa das famílias e nas escolhas para o cardápio da noite. O impacto é sentido não apenas no Natal, mas também nas compras de fim de ano como um todo.

Estratégias do comércio para aliviar o impacto

Diante desse cenário, comerciantes têm buscado alternativas para atrair clientes e minimizar o efeito da alta de preços. Uma das saídas encontradas foi o parcelamento das compras de Natal, que neste ano pode ser feito até o Carnaval. Outra tendência é a substituição de itens importados por similares nacionais. Apesar do aumento generalizado, produtos locais ainda oferecem uma relação custo-benefício mais vantajosa.

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