Caso Becker: após depoimento dos réus, começa fase de debates em júri no RS


Quatro homens respondem pelo crime. Previsão para conclusão do julgamento é sábado (1º) Júri de acusados pela morte de Marco Antônio Becker chega ao quinto dia no sábado (1º)
Divulgação/JFRS
O julgamento dos quatro réus do Caso Becker chega ao quinto dia neste sábado (1º), a partir das 9h, na Justiça Federal de Porto Alegre. Marco Antônio Becker, médico oftalmologista e então vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremers), foi assassinado em 2008, no bairro Floresta.
Ao longo da semana foram ouvidos os depoimentos de 14 testemunhas. Na sexta, os quatro réus prestaram depoimento. Neste sábado, começam os debates entre a acusação e defesa.
Segundo a Justiça Federal, cada parte tem 1h30 para se manifestar. Quando há mais de dois acusados, é acrescentado mais uma hora. Também estão previstas réplicas e tréplicas. Assim que finalizado o debate, o conselho de sentença se reúne para definir a conclusão do julgamento.
Os réus são o ex médico Bayard Olle Fischer Santos (acusado de ser o mandante do assassinato), o traficante Juraci Oliveira da Silva (que teria agenciado o crime), o ex-assistente de Bayard, Moisés Gugel, (que teria intermediado negociações para o assassinato) e Michael Noroaldo Garcia (que seria o piloto da motocicleta utilizada no crime). Os acusados respondem a esse processo em liberdade.
Eles respondem pelo crime de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, situação que impossibilitou a defesa da vítima e exposição a perigo comum).
Becker foi baleado por dois homens em uma motocicleta. A motivação do assassinato seria vingança, de acordo com a investigação policial.
O advogado Jean Severo, um dos responsáveis pela defesa de Juraci Oliveira da Silva, afirma que ”Juraci não tem envolvimento algum com este crime e no plenário do júri demonstraremos isso”.
A Defensoria Pública da União (DPU), que representa Michael Noroado Garcia Câmara, informa que ”está pronta para exercer a defesa do réu, estando convicta da ausência de provas contra ele no processo”.
O defensor de Moisés Gugel, Marcos Vinícius Barrios, declara que o cliente é “vítima de um erro judicial sem precedentes”. Ele acrescenta que “confiamos que a sociedade de Porto Alegre saberá depurar a acusação injusta e absolvê-lo ao final”.
O g1 entrou em contato com a defesa de Bayard Olle Fischer Santos, mas não obteve retorno até a última atualização dessa reportagem.
Becker foi morto a tiros por dois homens em uma moto, em dezembro de 2008 em Porto Alegre
RBS TV/Reprodução
Como vai funcionar o júri
Conforme a Justiça Federal, foram convocadas cinco testemunhas de acusação e 11 de defesa. Na quinta-feira (29), uma das testemunhas de defesa foi dispensada.
Após as oitivas, os réus serão interrogados.
Na sequência, a sessão seguirá com os debates orais da acusação e das defesas. Há possibilidade, ainda, de réplica e tréplica.
Por último, o juiz Roberto Schaan Ferreira se reunirá com os jurados para votação dos quesitos.
Relembre o caso
De acordo com a denúncia do MP à Justiça, Becker foi atacado por dois homens em uma motocicleta no dia 4 de dezembro de 2008. O vice-presidente do Cremers foi baleado enquanto estava dentro do seu carro, na Rua Ramiro Barcelos, bairro Floresta, na Capital.
Ao todo, oito pessoas foram denunciadas pelo envolvimento no crime. No entanto, a Justiça concluiu que não haveria indícios de autoria ou materialidade suficientes para quatro dos denunciados pelo Ministério Público Federal.
O processo tramitou, inicialmente, na Justiça estadual. Mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) transferiu a competência para a esfera federal, com base na alegação de que o homicídio teria sido motivado pela atuação da vítima junto ao Cremers e a sua suposta influência no Conselho Federal de Medicina.
Crime aconteceu na Rua Ramiro Barcelos, bairro Floresta, na Capital.
Reprodução/RBS TV
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