‘Mariante hoje é um cemitério de casa’, ‘por ser uma comunidade pequena, a gente acaba sendo esquecido’; os relatos dos sobreviventes de vila no RS


Distrito foi um dos locais mais severamente afetados pela cheia histórica de 2024. Sobreviventes relatam que cheias nunca foram tão fortes. Mariante, levado pelo rio onde nasceu
A vila gaúcha de Mariante foi varrida pela enchente histórica que atingiu o Rio Grande do Sul no início de maio.
O g1 publicou neste sábado (18) reportagem especial que conta como e por que a vila foi um dos locais habitados mais severamente atingidos pela cheia.
Veja abaixo relatos dos sobreviventes.
Paulo Bergnethal, operário
Paulo Bernethal perdeu os pais na enchente
Reprodução/g1
“Fui três vezes lá para tentar tirar eles. Eles: “não, não vou sair, que não vai dar enchente (…) Vieram aqui no ginásio e avisaram: ‘eu acho que tiraram teus pais de lá’. Mas é que a água estava muito alta, aí os corpos estavam no fundo da água'”, contou.
Alexandra Miranda, calçadista
A calcadista Alexandra Miranda pede por doações ao distrito
Reprodução/g1
Por ser uma comunidade pequena a gente acaba sendo esquecido, né? (…) A gente também precisa de um pouquinho de atenção.
Andreia Ribeiro, dona de casa
A dona de casa Andreia Ribeiro diz que nunca viu enchentes tão graves em Mariante como nos últimos anos
Reprodução/g1
De uma hora para outra o rio enlouqueceu e a gente perdeu tudo. Não só eu, Mariante todo perdeu. Se tu entrar em Mariante hoje, não existe mais nada. O Mariante está agora um cemitério de casa
Nilda Bergnethal, aposentada
Nilda Bergnethal, que pretende continuar morando na vila Mariante
Reprodução/g1
A melhor memória foi da minha infância, porque não tinha essas catástrofes que está tendo agora (…) mas eu acho que nós devemos continuar com Mariante. Meia dúzia de pessoas vai ficar, mas devemos continuar com nosso Mariante”
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