Coluna | Nem sempre é frescura, e sim pode ser depressão infantil

A depressão infantil é um problema de saúde mental sério e crescente, que exige atenção e cuidado redobrados, conforme apontado por estudos recentes (Rao & Dalgard, 2021).

A depressão em crianças se manifesta de formas diversas, nem sempre evidentes aos olhos de pais e educadores. A tristeza persistente, outrora considerada o principal sintoma, nem sempre é a mais proeminente. Irritabilidade, alterações no sono e no apetite, desinteresse por atividades antes prazerosas, queixas de dores físicas recorrentes (como dores de cabeça e barriga), dificuldades de concentração e isolamento social são alguns dos sinais que podem indicar a presença da depressão (Costello et al., 2019).

A depressão infantil não possui uma causa única, sendo resultado de uma interação complexa de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Histórico familiar de depressão, desequilíbrios neuroquímicos no cérebro, experiências de vida traumáticas (como abuso, negligência ou perda de um ente querido), dificuldades de relacionamento familiar e bullying são alguns dos fatores que podem aumentar o risco de desenvolvimento do transtorno (Thapar et al., 2017).

O diagnóstico da depressão infantil é realizado por um profissional de saúde mental qualificado, como psicólogo ou psiquiatra, por meio de entrevistas com a criança, pais e professores, além da aplicação de questionários e escalas específicas (Birmaher et al., 2018).

O tratamento da depressão infantil geralmente envolve uma combinação de abordagens terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e, em alguns casos, o uso de medicamentos antidepressivos, sempre sob orientação médica (Brent et al., 2020). A TCC auxilia a criança a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento negativos, além de desenvolver habilidades de enfrentamento saudáveis.

A prevenção da depressão infantil envolve a promoção de um ambiente familiar seguro e acolhedor, o desenvolvimento de habilidades socioemocionais na criança, o incentivo à prática de atividades físicas e o acesso a serviços de saúde mental quando necessário. O acompanhamento profissional regular é fundamental para garantir que a criança receba o suporte adequado e evitar complicações a longo prazo.

 

Texto: Luam Ferrari

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