Bolo envenenado: perícia conclui que não havia veneno em alimentos levados por nora para a sogra em hospital de Torres


Deise Moura dos Anjos, que está presa preventivamente suspeita de ter matado envenenadas quatro pessoas da família do marido, levou os itens para Zeli dos Anjos, que estava internada após comer bolo com arsênio. Polícia suspeitava de tentativa de um novo envenenamento. Bolo envenenado: Itens investigados pelo IGP-RS
Divulgação/IGP
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) concluiu que os alimentos e itens levados por Deise Moura dos Anjos, presa preventivamente suspeita de ter matado envenenadas três pessoas da família do marido, à sogra Zeli dos Anjos não possuíam nenhuma quantidade de veneno. Zeli tinha sido internada após comer bolo com arsênio, e a polícia suspeitava de tentativa de um novo envenenamento.
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O material foi entregue pela família de Zeli à Polícia Civil após Deise visitar a sogra, quando estava internada no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres. A internação ocorreu depois que a família consumiu um bolo envenenado no feriado de Natal em que três mulheres morreram. Relembre os detalhes abaixo.
Além de um pastel de padaria, outros itens também foram coletados e investigados: quatro bombons, um chiclete, quatro barras de cereal, uma garrafa de suco de uva, um torrone, um biscoito de leite, além da garrafa do suco e do canudo. Todos deram resultado negativo para arsênio, segundo o IGP.
No resultado dos novos laudos, divulgados pelo IGP, também foi confirmada a presença de arsênio na urina do marido e do filho de Deise. O fato já havia sido constatado em exames prévios.
Deise segue presa suspeita de matar três pessoas com o bolo envenenado, e também pela morte do sogro, que ocorreu em setembro do ano passado (veja o que diz a defesa abaixo).
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Relembre o caso
De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde, quando começaram a passar mal. Apenas uma delas não comeu o bolo. Zeli dos Anjos, que preparou o alimento, em Arroio do Sal e levou para Torres, também foi hospitalizada.
Entenda quem é quem no caso do bolo em Torres
Três mulheres morreram com intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital. Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte divulgada “choque pós-intoxicação alimentar”.
A mulher que preparou o bolo, Zeli dos Anjos, recebeu alta do hospital na sexta-feira (10/01). Segundo o delegado Marcus Veloso, ela foi a única pessoa da casa a comer duas fatias. Uma criança de 10 anos, que também comeu o bolo, também já recebeu alta.
Bolo envenenado foi recolhido ao Instituto Geral de Perícias (IGP)
Divulgação/IGP
Polícia diz que sogra era alvo
Segundo o delegado responsável pelo caso, Marcus Veloso, a sogra da suspeita, Zeli dos Anjos, era o principal alvo dos envenenamentos. Foi ela que fez o bolo.
“O principal alvo dela era a Zeli. Ela estava no dia 2 de setembro, quando ela fez o café com leite em pó e tudo mais, junto com seu marido, e também estava no local em que Zeli fez o bolo em Arroio do Sal e ela também consumiu o bolo e também foi para o hospital”, diz o delegado Veloso.
Delegado Marcos Veloso em coletiva sobre caso do bolo
Reprodução/RBS TV
A morte do sogro
Depois do caso do bolo ser revelado, a polícia passou a investigar se Deise teria envolvimento também na morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro, supostamente por intoxicação alimentar. Ele foi marido de Zeli.
A polícia exumou o corpo dele, e exames constataram que ele ingeriu arsênio antes de morrer. Ele morreu de infecção intestinal após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele pela nora.
Certidão de óbito de sogro de mulher suspeita de envenenar bolo no RS
Reprodução/RBS TV
Nota da defesa de Deise
As declarações divulgadas na coletiva de imprensa ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso, assim a Defesa aguarda a integralidade dos documentos e provas para análise e manifestação.
A Defesa já realizou requerimentos e esclarecimentos no inquérito judicial, referentes aos andamentos da investigação, aguarda neste momento decisão judicial.
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