Bolo envenenado: inquéritos tem mais de mil páginas e detalham crime

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul vai entregar ambos os inquéritos que apuram as mortes de quatro integrantes de uma família por envenenamento com arsênio no dia 23 de dezembro. A informação foi confirmada à CNN pelo chefe da polícia, Fernando Sodré.

Os crimes teriam ocorrido em setembro e dezembro de 2024. Na quinta-feira (13), a principal suspeita dos crimes, Deise Moura dos Anjos, foi encontrada morta dentro da cela na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.

Divididas em duas investigações, um dos inquéritos apura as mortes de Neuza dos Anjos, Maida da Silva e Tatiana Denize, que comeram um bolo envenenado na véspera de natal de 2024, na cidade de Torres, no litoral gaúcho.

Na ocasião, a polícia também considerou o crime de homicídio tentado contra Zeli dos Anjos, sogra de Deise, e Matheus, uma criança de 10 anos, que sobreviveram.

Foi a partir desse caso que a polícia gaúcha passou a investigar Deise Moura dos Anjos. Com o andamento dos trabalhos, foi solicitada a exumação do sogro da suspeita, Paulo Luiz dos Anjos, em janeiro de 2025.

O homem havia morrido em setembro de 2024, por uma suposta intoxicação alimentar. Após exumar o corpo, a polícia concluiu haver presença de arsênio na vítima, desencadeando um segundo inquérito.

Mesmo com a morte da principal suspeita do caso, os policiais vão seguir com os trabalhos para “esclarecer todos os elementos e detalhes que envolvem este fato”. No total, os inquéritos apuram quatro homicídios consumados e duas tentativas de homicídio. Segundo o delegado, os relatórios têm mais de mil páginas.

“Apesar do apontamento para ela, da imputação das práticas das condutas criminosas, o indiciamento não ocorre por conta da extinção da punibilidade por morte do agente”, afirmou o delegado Sodré.

O chefe da polícia civil informou ainda que, mesmo com a morte de Deise, ao final das investigações, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público. Caso o MP concorde com os elementos apresentados pela polícia, deverá pedir pelo arquivamento do caso, também pela “extinção de punibilidade por morte do agente”.

Bilhete de despedida

Presa desde o dia 5 de janeiro, Deise Moura dos Anjos foi encontrada morta na cela em que estava na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba nesta quinta-feira (13).

“Os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) que, ao chegar no local, constatou o óbito. Deise estava sozinha na cela”, informou, em nota, a Polícia Penal.

Em mensagem escrita em uma camiseta, a mulher suspeita de matar quatro pessoas afirmou que “não era assassina”, e sim uma pessoa com depressão. Segundo Deisa, ela foi “incompreendida”.

Outros bilhetes, que teriam sido escritos por ela, também foram encontrados e encaminhados para análise do Instituto-Geral de Perícias (IGP). A polícia confirmou que foi instaurado um inquérito para apurar as causas da morte da mulher.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Bolo envenenado: inquéritos tem mais de mil páginas e detalham crime no site CNN Brasil.

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