UFPel desenvolve plataforma para saúde mental de agentes de segurança

Crédito: Polícia Civil / Divulgação

A UFPel (Universidade Federal de Pelotas) desenvolveu uma plataforma tecnológica voltada para a saúde dos profissionais de segurança pública. O projeto “S.O.S. Mental – Serviço de Orientação à Saúde Mental” ajuda no acompanhamento psicológico de agentes de segurança.

Dessa forma, o objetivo é prevenir transtornos como ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático e distúrbios do sono. A iniciativa busca melhorar as condições de trabalho desses profissionais, reduzindo afastamentos por questões de saúde e promovendo o bem-estar mental.

Como surgiu a ideia

O projeto teve origem em um pesquisa de doutorado na área de Educação Física. A condução foi de Eduardo Frio com coorientação do professor Tiago Thompsen Primo.

A pesquisa inicial focava no acompanhamento físico dos policiais para prevenir lesões musculares e reduzir licenças médicas. Assim, com a evolução do estudo, o foco ampliou-se para a saúde mental, reconhecendo a necessidade de um suporte mais abrangente para os agentes de segurança.

O funcionamento do app

O aplicativo S.O.S. Mental oferece ferramentas para avaliar e acompanhar o bem-estar psicológico dos profissionais da área. O serviço ocorre por meio de questionários validados e em parceria com especialistas da Polícia Federal.

A tecnologia permite que os policiais relatem seu nível de estresse, carga de trabalho e hábitos de atividade física. Com isso, a plataforma pode antecipar problemas, sugerir medidas preventivas e encaminhar os agentes para atendimento especializado, quando necessário.

Intervenção contínua

Além disso, o projeto busca desenvolver um modelo de intervenção contínua, utilizando inteligência de dados para identificar padrões de risco e propor soluções personalizadas.

“Nosso objetivo é criar um impacto positivo tanto na qualidade do serviço prestado pelos profissionais da segurança quanto na sua saúde e bem-estar”, explica o professor Tiago Primo.

Aplicativo em aprimoramento

Atualmente, a equipe da UFPel está desenvolvendo um protótipo do aplicativo, conhecido como MVP (Produto Mínimo Viável), que passará por aprimoramento em eventos de inovação. O projeto já chamou a atenção de instituições ligadas à segurança pública e pode, no futuro, integrar-se oficialmente aos sistemas de suporte da categoria.

O Projeto

O S.O.S. Mental combina tecnologia, ciência e acessibilidade, oferecendo um serviço confidencial e disponível 24 horas por dia para os profissionais da área. Assim, a plataforma incorpora autoavaliações científicas para identificação precoce de problemas psicológicos, um mapa de risco mental que permite a detecção de padrões de vulnerabilidade dentro da corporação e estratégias de gamificação que incentivam a adesão e continuidade do uso da ferramenta.

Além disso, oferece conteúdo educativo atualizado constantemente e atendimento especializado remoto via videochamadas e ligações, garantindo suporte contínuo aos agentes de segurança.

Suporte baseado em evidências

A iniciativa representa um avanço significativo no cuidado com a saúde mental dos profissionais da segurança pública, fornecendo suporte preventivo baseado em evidências científicas. Desenvolvido no CrIE (Laboratório de Criatividade e Inovação para a Educação), o projeto está vinculado ao PPGC (Programa de Pós-Graduação em Computação) da UFPel e ao Ceng (Centro de Engenharias).

A equipe multidisciplinar responsável pelo desenvolvimento do projeto reúne especialistas em tecnologia, saúde mental e segurança pública. O coordenador Tiago Thompsen Primo e o policial rodoviário federal Eduardo Marins Frio, doutor em Educação Física pela UFPel, lideram a iniciativa. Também integram o grupo os mestres em Computação Fabrício Gonzales Scaglioni e Alexandre Gomes da Costa, a professora de design gráfico do IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina), Bianca Antônio Gomes, e o policial rodoviário federal e psiquiatra José Rossy.

Reconhecimento em Hackathon Nacional

O S.O.S. Mental foi selecionado para a fase final do Hackathon: Tecnologias Disruptivas para Segurança Pública, promovido pelo MJ-SP (Ministério da Justiça e Segurança Pública). O evento, que acontecerá entre os dias 18 e 20 de março, reunirá equipes de todo o Brasil para aprimorar suas soluções tecnológicas voltadas à segurança pública. A equipe da UFPel, que conquistou a segunda colocação na fase inicial, agora disputa a premiação final, com a expectativa de ampliar o impacto de sua inovação no setor.

Após uma rigorosa avaliação na primeira fase, apenas oito equipes foram classificadas para a final. Agora, os pesquisadores da UFPel e seus parceiros irão aprimorar o protótipo, apresentar sua solução à comissão avaliadora e disputar a premiação. Cinco integrantes de cada equipe viajarão a Brasília para participar de um intenso processo de imersão e refinamento, consolidando soluções tecnológicas voltadas à segurança pública no Brasil.

A participação da UFPel no Hackathon reforça, por fim, seu compromisso com a inovação e impacto social, desenvolvendo tecnologias de grande relevância para o país.

“A participação do CriE no Hackathon é uma prova do nosso compromisso em criar soluções de impacto social que atendam às necessidades locais, regionais e nacionais. Estamos animados para ver o quanto nosso trabalho pode contribuir para um futuro mais seguro e inovador”, concluiu Primo.

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