Homem é condenado a 54 anos de prisão por feminicídio de companheira grávida

Um homem de 25 anos foi condenado a 54 anos e quatro meses de prisão pelo assassinato da companheira grávida, Dienifer Aranguiz Gonçalves, de 18 anos, ocorrido em maio de 2021, na cidade de Alegrete (RS). A jovem estava grávida de seis meses quando foi morta.

O julgamento ocorreu na última sexta-feira (14), no Tribunal do Júri da Comarca do município da Fronteira Oeste. O réu foi condenado por homicídio qualificado, com quatro agravantes: feminicídio, asfixia (enforcamento), motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, agravado pelo fato de ela estar gestante. Além disso, ele foi responsabilizado pelo crime de aborto provocado em terceiro no contexto de violência doméstica.

Motivação e descoberta do crime
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), o criminoso teria matado Dienifer porque suspeitava da paternidade do bebê. A jovem foi sedada e enforcada.

A promotora Rochelle Jelinek, que atuou no júri, destacou que a Polícia Civil concluiu inicialmente o caso como suicídio. No entanto, a família da vítima procurou o Ministério Público, que deu continuidade às investigações. Com base na perícia dos celulares do réu e da vítima, feita pelo Núcleo de Inteligência do Ministério Público (NIMP), foi possível provar que, no momento do crime, o acusado estava com os dois aparelhos, conectados à rede wi-fi do apartamento do casal.

A promotora revelou que, meses após o crime, o pai de Dienifer faleceu de infarto, abalado pela perda da filha e da neta.

– Mas, onde ele estiver, conseguimos dar essa resposta a esse pai e à família. O julgamento foi emocionante, o salão do júri estava lotado e todos se ergueram e aplaudiram em pé – afirmou Jelinek.

O réu cumprirá pena em regime fechado.

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