Lixo e revolta: moradores de Porto Alegre reclamam de negligência

Porto Alegre – Com as ruas novamente alagadas, os bairros Cidade Baixa e Menino Deus, em Porto Alegre, registraram montanhas de lixos e de lama na manhã desta sexta-feira (24/5). A situação causou revolta na população, que teve que remover novamente tudo o que já havia sido limpo ou estava em processo de reconstrução.

A chuva intensa que caiu na quinta-feira (23/5) arrastou os móveis posicionados na frente das casas. Pilhas de resíduos à espera da coleta foram levadas pela força das águas. A prefeitura colocou todo o seu efetivo nas ruas para dar conta da sujeira.

Confira vídeo feito pela reportagem do Metrópoles:

Segundo o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), a força-tarefa da autarquia ocorre em 15 locais, mas a atuação de 800 garis, munidos de 200 caminhões e retroescavadeiras, parecia insuficiente para trazer ordem ao caos.

Na Avenida Múcio Teixeira, que marca a divisa dos dois bairros mais atingidos na região central da cidade, a mobilização envolvia diversos veículos e, até o meio-dia, a imagem era de um bairro que começava a se organizar novamente.

Perto dali, na Rua Botafogo, as calçadas eram ocupadas por moradores ou trabalhadores da região, todos irritados com o fato de a situação estar se repetindo.


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Lixo e um clima de indignação

O clima é de indignação. Funcionária do restaurante SantaAna, na rua Botafogo, Lilian Otto conta que, após uma semana de limpeza, quando a equipe se preparava para a reforma e pintura, o local voltou a alagar.

“É uma indignação, raiva, tristeza – não só aqui, mas em toda a cidade. Ontem alagaram mais bairros. Os serviços são mal feitos, vemos incompetência da gestão.” Em dois anos, esta é a quarta vez que a água entra no local.

Na noite de ontem, uma manifestação com cerca de 20 pessoas aconteceu pelas ruas da Cidade Baixa. “Não é desastre, é negligência”, gritavam, prometendo voltar às ruas na sexta.

Na quarta, moradores do Humaitá já protestavam trancando a BR-290. Na segunda, moradores do Sarandi se manifestaram no cruzamento das Avenidas Sertório e Assis Brasil, onde as casas estão submersas há 20 dias

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