Extrema direita usa internet para agredir e ameaçar Laura Sito (PT)

Grupos de extrema direita do Rio Grande do Sul retomaram suas ações criminosas na internet atacando lideranças expressivas de partidos de esquerda. A deputada estadual Laura Sito (PT) tem sido uma de suas principais vítimas e vem sofrendo calúnias, difamações e agressões racistas em suas redes sociais desde a tarde de sábado (8).

As novas agressões começaram após a circulação de um vídeo em que a parlamentar criticava os preços dos alimentos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). No vídeo, gravado em junho de 2022, Laura Sito realiza uma intervenção em um supermercado de Porto Alegre, destacando a disparidade nos preços de produtos básicos entre os dois períodos governamentais. 

A deputada explica ao Brasil de Fato RS que o vídeo antigo tinha o objetivo de evidenciar o impacto das políticas econômicas na vida cotidiana dos brasileiros. “Quando fui ao supermercado em 2022, o que eu fiz foi escancarar a realidade de milhões de brasileiros que estavam – e ainda estão – pagando caro pela comida. Denunciar a fome e o impacto das políticas econômicas na vida do povo não é crime.”

Recentemente, o vídeo voltou a circular nas redes sociais em páginas de direita, levando a uma onda de ataques direcionados à deputada. Além de questionamentos sobre sua atuação, a deputada tem recebido comentários ofensivos, misóginos e racistas. Laura Sito publicou um vídeo informando do ataque organizado sofrido em suas redes.

Uma usuária do Instagram a chama de “puta negra”. No X (antigo Twitter), um perfil comemorava sua suposta morte, evidenciando a gravidade da situação. Um vídeo construído através de inteligência artificial, ridicularizava a imagem da deputada gritando e rolando no chão. Esta última postagem chama atenção pela falta de regulação do uso de inteligência artificial, especialmente em casos de difamação.

Laura Sito destaca que já enfrentou ataques anteriormente. “Ameaças diretas e até agressões físicas no exercício do meu mandato. E sigo aqui porque minha luta não é solitária. Somos muitas. E é justamente essa força coletiva que assusta aqueles que apostam no ódio e na desinformação.” 

A deputada afirma que seu mandato está tomando todas as medidas judiciais cabíveis para responsabilizar os autores dos crimes, mas que não vai se limitar a isso. “Seguiremos ocupando as ruas, as redes e os espaços de decisão para garantir que a política seja, de fato, um espaço para todos e todas”, pontua.

Veja alguns dos ataques sofridos pela deputada:


Reprodução/Instagram


Reprodução/Instagram


Reprodução/X

Histórico de agressões

A deputada estadual Laura Sito, conhecida por sua atuação em defesa dos direitos humanos e pela luta contra o racismo, já foi alvo de agressões em outras ocasiões. Em dezembro de 2021, enquanto atuava como vereadora em Porto Alegre, ela e outros membros da bancada negra da Câmara Municipal receberam ameaças de morte por e-mail. 

Mais recentemente, em setembro de 2023, já como deputada estadual e presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, foi agredida por agentes da Guarda Municipal de Porto Alegre enquanto acompanhava a entrega de alimentos e água a famílias do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) que ocupavam um prédio no centro da cidade.


Adicionar aos favoritos o Link permanente.